sábado, 28 de abril de 2018

alegrias da minha vida



conseguir trazer o Max Schrems a Portugal e lançar, em coordenação com um ilustríssimo académico português, uma revista sobre proteção de dados pessoais.

domingo, 22 de abril de 2018

um homem apaixonado

"Um homem apaixonado caminha pelo mundo como um anarquista a carregar uma bomba relógio".

Graham Greene, O Fator Humano, Livros RTPp. 186


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Emoticons e o futuro alfabeto

"Emoticons foram o início do fim, mas só o início. O coaxar dos sapos no brejo começou a incomodar mesmo com a chegada dos emojis. Confesso que, de novo, demorei pra entrar na onda. Desta vez não por burrice, mas por senso do ridículo. Quando que um adulto como eu iria mandar pra outro adulto um “smile” bicudo soltando um coração pelo canto da boca, como se fosse uma bola de chiclete? Nunca! “Nunca”, no caso, revelou-se estar a apenas uns cinco anos de distância da minha indignação.

Hoje eu mando coração pulsante pra contadora que me lembrou dos documentos do IR, mando John Travolta de roxo pro amigo que me pergunta se está confirmado o jantar na quinta e, se eu pagasse imposto sobre cada joia que envio daquele mãozão amarelo, não ia ter coração pulsante capaz de fazer minha contadora resolver a situação.

“Em meados do século 21” —escreverá o historiador de 2218— “a humanidade abandonou o alfabeto e passou a se comunicar só por emojis”. A frase, claro, será toda escrita com emojis. Haverá tantos, tão variados, que será possível citar Shakespeare usando apenas desenhinhos. (Shakespeare, aliás, dá pra escrever. Imagem de milk-shake + duas chaves (keys) + pera (pear). Shake + keys + pear).

Teremos voltado ao tempo dos hieróglifos e não me assombra se as condições de vida regredirem às do antigo Egito, mas ninguém se importará, cada um de nós hipnotizado pela tela que tantos apregoaram ser uma nova pedra de Roseta, capaz de traduzir o mundo em nossas mãos, mas que no fim se revelou só um infernal e escravizante pergaminho. :-("

O António Prata é do melhor que por aí circula


sexta-feira, 13 de abril de 2018

feminismo no século XXI?

Comovi-me muito quando a L. me puxou para um canto e perguntou quais as implicações da escolha de um regime de bens de casamento em detrimento de outro. Ouviu, pacientemente, a minha explicação com os olhos ferrados nas palavras que iam saindo da minha boca mas só no fim é que revelou o que a apoquentava: saber se, na morte dela, o futuro marido iria receber uma pensão. Estava muito preocupada com ele, "um mandrião", na sua descrição.