sábado, 27 de janeiro de 2018
possible schemes swim around
And I, don't know how, to slow it down
My mind's racing from chasing pirates
Well the man in there swings
while the silliest things
floppin around in my brain
And I try not to dream but them possible schemes
swim around, wanna drown me in synch
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
saudades do avô
Perguntei-te se sentias saudades do avô que morreu há mais de 20 anos. Sem grandes hesitações ou justificações disseste-me que não. Tu não reparaste Maria Emilia, mas quase me vieram as lágrimas aos olhos. É que a tua resposta deu-me alento e, sobretudo, sossego interior: afinal esse tipo de saudades, provocadas pela morte, não corresponde a um desgosto perene.
O que eu não te contei foi que com (demasiada) frequência encaro a minha relação com o R. pelo prisma do futuro e fico assustada com o sofrimento que vai tomar conta de mim se ele morrer primeiro. Tenho plena consciência do quão retorcido e pouco saudável é este exercício, mas surge-me como incontrolável sempre que, de alguma forma, até em coisas menores, a nossa diferença de idade se manifesta. Pelo menos agora já sei: serão precisos uns 20 anos (quase a nossa diferença de idade) para deixar de ter saudades do R.. O que me dá algum conforto é a hipótese de virmos a ter filhos para estreitar a solidão e, sobretudo, gozar de outros bocadinhos dele durante esse período de declínio.
Mas será mesmo assim, Avó? Ou esta é a resposta de uma mãe a dobrar que, com os poderes transcendentes de um ser humano com 103 anos, consegue ler as almas e inquietações mais obscuras através dos olhos dos netos e dos filhos?
O que eu não te contei foi que com (demasiada) frequência encaro a minha relação com o R. pelo prisma do futuro e fico assustada com o sofrimento que vai tomar conta de mim se ele morrer primeiro. Tenho plena consciência do quão retorcido e pouco saudável é este exercício, mas surge-me como incontrolável sempre que, de alguma forma, até em coisas menores, a nossa diferença de idade se manifesta. Pelo menos agora já sei: serão precisos uns 20 anos (quase a nossa diferença de idade) para deixar de ter saudades do R.. O que me dá algum conforto é a hipótese de virmos a ter filhos para estreitar a solidão e, sobretudo, gozar de outros bocadinhos dele durante esse período de declínio.
Mas será mesmo assim, Avó? Ou esta é a resposta de uma mãe a dobrar que, com os poderes transcendentes de um ser humano com 103 anos, consegue ler as almas e inquietações mais obscuras através dos olhos dos netos e dos filhos?
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