O movimento feminista persiste em ficar de luto depois de Hillary Clinton ter falhado a conquista da Casa Branca em Novembro passado. Não devia.
Numa eleição em que o Presidente foi eleito com menos de dois milhões de votos, o papel de Kellyanne Conway, que assumiu a gestão da campanha de Donald Trump num momento crítico e foi recentemente nomeada conselheira principal do presidente, foi fundamental. Não é exagero dizer que Conway é, neste momento, a mulher mais influente de Washington. Ainda assim, imagino que esta afirmação cause algum espanto por força da distração forçada em torno desta mulher a que os media nos obrigam. Desconfio que, caso Conway fosse Democrata e não Republicana, seria já um badalado ícone feminista.
Aos 49 anos, mãe de quatro filhos, Conway foi a primeira diretora de campanha na história dos EUA que, de forma bem-sucedida, conquistou a Casa Branca. Esta especialista em estudos de opinião em torno do sexo feminino, iniciou a sua experiência nos bastidores do supostamente misógino Partido Republicano nos anos 80, quando integrou uma equipa de sondagens de Ronald Reagan. Self made woman, empresária, Conway aceitou ser conselheira do Presidente Trump tendo rejeitado um cargo com mais relevo na Administração presidencial, por entender que seria incompatível com a sua vida familiar. Em vez de criticar esta escolha de Conway, o movimento feminista devia ver em Conway um exemplo do sucesso da sua causa: a expansão de oportunidades para as mulheres permitindo-lhes, verdadeiramente, escolher como conciliar a vida profissional com a vida familiar.
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