terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Jornal i #6 Vacas Sagradas


O meu texto de hoje, para o Jornal i:

Sábado, 17 de Janeiro de 2015, entro num dos restaurantes típicos de Viseu. Felizmente na capital da Beira a oferta é de qualidade e variada. Para almoço escolho uma carne de vaca estufada, acompanhada de um magnífico tinto, reserva de 2007, Vinha da Paz.

São 14h30 e como a tarde ainda é longa aproveito para pôr a leitura em dia.
Descubro “COWSPIRACY: The Sustainability Secret”, de Kip Andersen. O tema interessa-me, vou investigar um pouco mais.

Segundo a obra, uma alimentação carnívora é mais prejudicial ao meio ambiente que, por exemplo, circular na Baixa lisboeta com um carro matriculado antes do ano 2000 – estarei a ver um bom argumento para o Dr. Costa preparar uma taxa bovina para o centro de Lisboa?

Explico: segundo a teoria, lançada no documentário, a pegada ecológica causada pela indústria agro-pecuária é não só o principal emissor de gases de efeito estufa, mas também a principal causa da erosão dos solos e da desflorestação. Como bónus, a insensibilidade animal de algumas organizações ambientalistas também não é poupada. Segundo alguns relatos, várias pessoas, depois de assistirem ao documentário, mudaram de alimentação. Parece assim encontrado o mantra da próxima década para a agenda vegan e para os desiludidos de Al Gore.

A verdade inconveniente é que entretanto chegaram as 20h00 e, como a gula não perdoa, sigo para uma suculenta vitela assada de Lafões, acompanhada por um D. Georgina 2005 da Quinta de Lemos, porque recusar a gastronomia das Beiras é um crime contra a humanidade.

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