No dia 11 de Setembro de 2001, o mundo perdeu parte da sua liberdade. Ou, melhor, a liberdade foi a grande derrotada do dia. O mesmo voltou a suceder na sequência do ataque em Paris.
Sempre que volta à baila o problema que opõe segurança a liberdade, a grande derrotada é esta última. É evidente que a necessidade de haver um reforço do controlo da circulação de pessoas exteriores ao espaço europeu limitaria a liberdade de circulação. Mas tempos de contaminação quotidiana pelo medo, sendo terreno fértil para seguidores de teses radicais, não me parecem convidativos à reflexão séria sobre estes temas.
Isto vem a propósito da reunião ocorrida em Bruxelas, com os ministros competentes dos Estados-membros, com vista a serem discutidas medidas contra o terrorismo. Não existe uma resposta fácil, mas há um debate que não deve deixar de ser realizado que é o da “segurança da liberdade”. Este debate é essencial para o modo de vida ocidental com reflexos, por exemplo, na privacidade e identidade de cada um e no acesso e utilização de informação pessoal por parte de diversas instituições. A solução não está entre optar por um em detrimento do outro, mas sim em encontrar um equilíbrio justo entre ambos, equilíbrio esse que garanta a segurança necessária para a vida colectiva com danos mínimos ao nível da protecção das liberdades individuais.
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