Texto publicado hoje, para o jornal i
25 de abril de 2015, de cravo ao peito como todos os “Homens
de Abril”, depois de um dia pleno de magníficos discursos entre sonoros vivas e
urras à Liberdade, António Costa, a pensar na sua autobiografia, chega a casa,
pega na pena e acrescenta no seu “Diário das Legislativas”:
“Querido diário, saberás que, em tempos, a política foi um exercício digno, próprio de gente séria e culta. Hoje, a coberto de egos insuflados apoiados na confusão entre liberdade de expressão e imunidade de vigarizarão, essa ocupação – sim, a política não é uma profissão! – é degradada por desqualificados incapazes de terem uma opinião e de discutirem as dos outros e que têm de recorrer à promessa vã e reles para preencher o espaço anteriormente preenchido por ilustres. Mas quem sou eu para jugar o caráter de quem nem conheço?
Como não tenho tempo para me confessar, escrevo estas linhas para não criar ilusões a mim próprio. O teu, sempre, António Costa”
Seriam estas as linhas de um homem moralmente corajoso e intelectualmente articulado? Provavelmente. Costa não é nada disso. Por isso, em vez de as escrever, enviou um vergonhoso SMS a um jornalista, cuja opinião divergia da sua, procurando disfarçar a sua enorme insegurança com a sua minúscula superioridade moral. Nestes tempos pós modernos, de medo e incerteza, os políticos de carreira são seres particularmente vulneráveis, apenas equiparáveis a divas de Hollywood.
“Querido diário, saberás que, em tempos, a política foi um exercício digno, próprio de gente séria e culta. Hoje, a coberto de egos insuflados apoiados na confusão entre liberdade de expressão e imunidade de vigarizarão, essa ocupação – sim, a política não é uma profissão! – é degradada por desqualificados incapazes de terem uma opinião e de discutirem as dos outros e que têm de recorrer à promessa vã e reles para preencher o espaço anteriormente preenchido por ilustres. Mas quem sou eu para jugar o caráter de quem nem conheço?
Como não tenho tempo para me confessar, escrevo estas linhas para não criar ilusões a mim próprio. O teu, sempre, António Costa”
Seriam estas as linhas de um homem moralmente corajoso e intelectualmente articulado? Provavelmente. Costa não é nada disso. Por isso, em vez de as escrever, enviou um vergonhoso SMS a um jornalista, cuja opinião divergia da sua, procurando disfarçar a sua enorme insegurança com a sua minúscula superioridade moral. Nestes tempos pós modernos, de medo e incerteza, os políticos de carreira são seres particularmente vulneráveis, apenas equiparáveis a divas de Hollywood.
41 anos depois
de abril e da sua apropriação pela esquerda, continuam a aparecer bons
exemplares da arrogância esquerdista. Não é de estranhar: Costa deseja um mundo
ordeiro, onde todas as vozes falam com igual tom e igual conteúdo, sem discordar
do grande líder. Para o caso, faltou-lhe em elegância e eloquência o que
lhe sobrou em arrogância e mau gosto. Para os portugueses, de resto, fica
certeza, de que esta gente não aprendeu nada, o que seria patético se não fosse
trágico.
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