Hoje, para o jornal i,
Na semana passada, enquanto o Dr. João Tiago
Silveira pregava o “projeto” de programa do PS, imagino não ter sido a única a
contar as vezes que ouvi “mais”. E a simples consulta ao documento confirma: no
PS é tudo mais exceto os impostos. O dinheiro cai do céu ou da Europa, mesmo
ali, no Largo do Rato.
Nos últimos tempos, o PS surge tal qual a personagem da
anedota do Titanic, que não sabe para que bote se lançar, e depois de patinar
num cenário macro económico que lhe permite aspirar a uma luta pelo eleitorado
do centrão, decide recorrer à velha falácia socialista de que não estamos a
fazer o suficiente para alcançar uma “justiça social”, uma “justiça
económica" e, então, propõe 21 “causas” e outros tantos “mais”.
A explicação é sociológica: tradicionalmente, a esquerda vive
animada por um ardor perpétuo de indignação e, para alimentar o “progresso”,
sabota-se não permitindo que os seus objetivos sejam alcançados. Imagine um
jogo de futebol, que termina assim que o primeiro golo seja marcado, em que
nenhuma das equipas mostra interesse em ganhar, preferindo jogar num eterno
empate que não leva ao apito final. Assim, a esquerda, recorre a uma amálgama
de causas e de protestos associados a definições indeterminadas e a chavões não
mensuráveis, garantindo que tudo está por fazer. Chegada ao poder depara-se com
uma situação pior do que calculava, tendo de desenvolver novo plano,
necessitando de tempo, sendo demitida quando acaba o dinheiro, ou a paciência,
nunca concluindo o projeto inicial de desenvolvimento da sociedade perfeita. E
estamos de volta ao início do texto, estimados leitores.
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