Aqui ficam algumas transcrições do debate que deve ser lido na íntegra:
“A Lei [de Bases do Ensino Particular e Cooperativo] integra-se assim dentro dos grandes princípios constitucionais e reconhece, por consequência, o papel da iniciativa de grupos de cidadãos na função educativa, que é uma função social, mas não necessariamente nem desejavelmente num Estado moderno socialmente justo e democrático, uma função exclusivamente estatizada.
(…)
Nós, socialistas, estamos atentos à aplicação justa desta Lei. Demonstrámos, defendendo-a tanto na oposição como quando estávamos no Governo – as leis para nós não são válidas por causa do Governo, mas sim por causa da sua correspondência aos interesses da Nação-, que não estamos agarrados a esquemas clássicos e conservadores de organização escolar, quer de direita, quer da esquerda, que apostamos na mudança de mentalidade e numa nova concepção de política educativa e de ensino. Os defensores da exclusividade da escola pública serão obrigados a ultrapassar concepções por vezes dogmáticas e estreitas no que diz respeito à riqueza potencial da iniciativa livre dos cidadãos para encarar uma política alargada de acordo com novas perspetiva de educação.“
Em relação à alterações ao diploma propostas pelo PCP , a deputada dizia:
“Atrás delas o PCP deseja camuflar aquilo que não quer afirmar abertamente e de cabeça levantada, isto é, a sua intolerância para com o ensino privado para não falar já da rejeição total deste tipo de ensino, o que cala muito mal na opinião pública, e especialmente a sua visão estreita, conservadora, apoiada num estatismo que impede a iniciativa livre de grupos de cidadãos nas tarefas nacionais de educação.
(…) Está bem patente esta concepção nas propostas de alteração que o PCP apresentou à última hora para votação, procurando limitar a aplicabilidade da Lei apenas àquelas escolas que, na sua estreita interpretação da Constituição, considera como supletivas, isto é, que deverão desaparecer quando a rede pública for ampliada. A aprovar tais aditamentos, então sim, a lei do PS, cujo projeto de sistema nacional de ensino não é o do PCP – fique claro de uma vez por todas –, teria sido, isso sim, radicalmente alterada. “
Um pouco mais adiante, numa discussão com o deputado do PCP Vital Moreira, António Reis (PS) explica a postura do PS em relação a este diploma:
“É que a posição aqui expressa pelo Partido Socialista tem uma grande virtude: significa que, aqui também, nos libertámos da colonização ideológica do Partido Comunista.
Diário da Assembleia da República, I Série, n.º 24, p. 860 e ss., disponível aqui.
*Aliás, parece ser esse o argumento usado, amplamente divulgado num bizarro site esquerdista, para invocar a ilegalidade do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo (EEPC), publicado no Decreto-Lei n.º 152/2013, da lavra do anterior Governo PSD/CDS que, por seu turno, abdicou da carência enquanto critério de definição daqueles contratos.
Também publicado aqui.
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