Ontem, para o i,
"Na
sequência da proclamação de António Costa (AC), na semana passada, de que o
“muro” tinha caído, secundada pelo historiador e guru ideológico Pacheco
Pereira (PP) que garantiu que a “Esquerda mudou”, no programa Quadratura do
Círculo da SicN, ouvimos também o argumento da esquerda de que o CDS-PP também
tinha mudado na história parlamentar portuguesa, sobretudo o euroceticismo. A
diferença que cumpre registar é que, para o CDS-PP mudar ninguém proclamou a
queda de um muro e não foram necessárias grandes ou pequenas revoluções; essa
foi uma mudança gradual que foi ocorrendo ao longo de anos, como todos os
processos evolutivos devem ser. O CDS-PP andou a par e passo com o tempo, nunca
quis estar adiante ou atrás dele, esta sim é uma atitude verdadeiramente
conservadora. Para o processo de mudança ocorrer de forma séria e consistente,
mais do que grandes revoluções devemos a assistir a pequenas evoluções. Ao
invés do PCP, que optou por congelar-se numa cápsula do tempo, foi isto que
aconteceu no CDS-PP e na sociedade Portuguesa.
Mas,
não, para AC e PP, a transfiguração radical de uma realidade ocorre num
espaço de semanas, como que por milagre, por via de uma simples proclamação,
sem que nada nas ideologias políticas dos partidos de extrema-esquerda tivesse
mudado. O problema é que o muro mais importante, o muro intelectual, não cai de
um dia para o outro, muitos menos para os militantes comunistas portugueses.
Vamos a factos: não foi assim há tanto tempo (fevereiro do ano passado) que no
parlamento português, uma deliberação que condenava os crimes contra a
Humanidade perpetrados pela Coreia do Norte foi aprovada por todos os partidos,
menos pelo PCP. Ainda este Sábado, depois da declaração de Costa e do Guru PP,
precisamente no mesmo dia em que o PCP se mostrava contra a participação de
Portugal em exercícios militares da NATO, em entrevista à TVI, Jerónimo de
Sousa reafirmava a condição Marxista-Leninista do PCP."
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