terça-feira, 17 de novembro de 2015

Jornal i #43 - O Bloco de Esquerda sabe o que é um Estado Constitucional, Representativo e de Direito?

Hoje, para o i,

A grupelha par(a)lamentar do Bloco de Esquerda (BE) tem vindo a provar ser, no nosso país, um perigo (e já estou a contar o PCP!)  para o Estado constitucional – assente numa Constituição reguladora de toda a sua organização e da relação dos cidadãos de modo a limitar o poder – Representativo – por haver uma dissociação entre a titularidade e o exercício do poder – e de Direito – porque, para garantir os direitos dos cidadãos, se estabelece a divisão do poder e o respeito pela legalidade. Esta confraria trotskista, expoente máximo da democracia jacobina, não é bem um partido mas um grupo de teatro amador, com diversas tendências semi-incompatíveis no seu interior, o que justifica alguma da sua irresponsabilidade. 

Ouvi-mos Catarina Martins, em Outubro, dizer “indigitar Passos é uma perda de tempo”. Uma proclamação sem preconceitos, não gostam do que está, tudo bem. Mas esta proclamaçãozinha, embebida em revolta e portadora do gosto de moralização da política tão bloquistamente característico, é perigosa se for lida em sintonia com a afirmação da deputada Mariana Mortágua (MM) no texto “Felizmente há luar”, publicado no JN. Nesta disparatada prosa, MM descreve o derrube do Governo no Parlamento como “um momento anedótico da situação política, fruto de um capricho de Cavaco”. 

Parece que, para estas senhoras, o regular funcionamento dos órgãos constitucionais, legitimados nas urnas pelo Povo, é uma anedota. Gostaria que, num dos momentos de pausa do planeamento da Grande Revolução, abrissem a Constituição no artigo 187.º e 195.º, n.º 1, al. d) para comprovar a existência de uma anedota cuja finalidade é regular e limitar o exercício do poder, dos nossos órgãos constitucionais, no caso um pressuposto de legitimidade de qualquer governo. Mas, compreendo, isso já seria pedir muito a quem nas últimas semanas se porta como dona do País e da verdade. Mal parada está a democracia, se António Costa deposita todas as hipóteses de um governo seu sobreviver a uma legislatura, num partido como o BE.





Sem comentários:

Enviar um comentário